Com a pandemia do novo coronavírus, todos os sistemas de gestão foram colocados em xeque

Covid-19 trouxe grandes reflexões sobre a vulnerabilidade, fragilidade humana frente a uma contaminação

O mercado de alimentos é responsável por 10% do PIB do Brasil, uma fatia significativa, por isso, os riscos precisam ser mapeados e as consequências gerenciadas

Mercado e segurança de alimentos são itens de extrema importância e estão correlacionados. O mercado de alimentos é responsável por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, uma fatia significativa, por isso, os riscos precisam ser mapeados e as consequências gerenciadas.

Segundo o Gerente de QSMS e Excelência Operacional da Yes, Alexandre Salomão, assim como os programas de qualidade, os de segurança de alimentos são essenciais.

“No passado, tínhamos várias empresas certificadas com ISO 9000, que é uma ótima certificação, mas generalista. A cada dia, as empresas estão pedindo certificações específicas e normas focadas no nosso segmento de nutrição animal, como GMP+ e FAMIqs e, do segmento de alimentação humana, FSSC 22000, BRC Food Certificated, ISO 22000, entre outras”, reforça.

Em 2007, uma pesquisa realizada por uma certificadora fez a seguinte pergunta para mais de 5 mil consumidores em todo o mundo: você toma decisão de compra baseada na segurança de alimentos? Na época, menos de 50% das pessoas usavam a segurança de alimentos para a compra dos seus próprios alimentos.

Essa pesquisa foi refeita em 2017 e o número registrou expressivo crescimento, subindo de 48% para 72%. “Agora, temos o grande questionamento: como está essa situação nos dias atuais? Acredito que esse número ultrapasse 90%, pois a pandemia da Covid-19 nos trouxe uma grande lição sobre higiene e qualidade dos alimentos”, acrescenta Salomão.

Com a pandemia do novo coronavírus, todos os sistemas de gestão foram colocados em xeque. A percepção é que essa tendência já havia sido levantada, a pandemia trouxe grandes reflexões sobre a vulnerabilidade, fragilidade humana frente a uma contaminação.

Mudanças

A perspectiva é de um futuro diferente, embora importantes órgãos e autoridades sanitárias norte-americanas, europeias e brasileiras, como o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) destaquem que os alimentos não são transmissores do coronavírus, mas sim transmissores de diferentes bactérias.

“Existe uma mudança que já está acontecendo. Podemos trazer a reflexão do que aconteceu com o programa Food Defense logo após o atentado de 11 de setembro. Na sequência, os Estados Unidos estabeleceram uma política de defesa do alimento”, afirma o especialista.

A tendência é que o mercado passe por mudanças baseadas em três pilares: grandes empresas estruturarão seus sistemas de gestão e cobrarão isso da cadeia produtiva. A segunda estruturação será a partir das certificações mais rígidas e a terceira deve acontece a partir de mudanças legais.

Biosseguridade

Etapa extremamente importante no processo, a biosseguridade também será impactada. É um item fundamental para manter a sanidade do animal, seja uma ave, suíno ou bovino. O conceito deverá ser aplicado em toda a cadeia produtiva, desde a extração de uma matéria-prima até a chegada ao consumidor.

Salomão ainda destaca que toda a cadeia deve se preocupar com a qualidade das rações aos animais, que precisam ser saudáveis, livres de contaminação para terem uma ótima qualidade de vida e não sejam um ponto de acúmulo de contaminantes, como metais pesados.

“Porque depois esse animal vai para o frigorífico que irá processá-lo dentro de todos os parâmetros e requisitos de qualidade para que não mais um animal, mas sim, a carne chegue ao supermercado em boas condições, isenta de contaminações e saudável. Então esse é um conceito que eu trago aqui, Feed to food”, explica.

Somos apaixonados por ciência!

Fundada em 2008, a YesSinergy® alia bem-estar animal, segurança de alimentos e sustentabilidade para produzir aditivos naturais que substituem antibióticos para saúde e nutrição animal. Desde 2016, a YES faz parte do Aqua Capital, fundo de investimento voltado para empresas do setor de agronegócio no Brasil e América do Sul.

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